por Regina Evaristo - Advogada Autista
Natal, para muitos, tornou-se apenas um marco de troca de presentes, uma data em que o consumismo se disfarça de celebração e o mundo parece viver um conto de fadas que se dissipará à meia noite.
Os pacotes cuidadosamente embalados destoam dos corações vazios do amor que o aniversariante nos ensina.
O brilho das luzes, o cheiro de ceia , os rompantes de caridade e as promessas de paz soam como um eco distante do verdadeiro significado que a data carrega. Quando olhamos para o Natal na sua essência, ele não se resume ao que damos ou recebemos, mas ao que somos chamados a viver durante todo o ano.
Jesus, o aniversariante, sequer é celebrado em muitos lares, haja vista não acreditarem em sua existência.
Pergunto-me: celebram o quê?
Ele, que é o centro de tudo, é o próprio Natal deve ocupar o espaço que tantas vezes foi tomado por figuras e símbolos que pouco têm a ver com sua mensagem. O amor que Ele nos trouxe, incondicional e transformador, deveria ser o ponto de partida para todas as celebrações.
Negam Jesus e celebram Papai Noel.
O Natal, no mundo contemporâneo, parece ter se distorcido em meio ao barulho das lojas e ao apelo do consumo desenfreado, do “feriadão”, das bebedeiras, comilanças, troca de presentes, entre outras atividades que não corroboram com a natalina cristã.
Natal é uma festa de reflexão, de reconexão com aquilo que realmente importa. Ela não está nas vitrines brilhantes nem nas árvores coloridas, mas na simplicidade do gesto de amor. O Natal nos convida a um retorno à harmonia, a uma união sincera entre as pessoas, algo que transcende a troca de objetos materiais. Ele nos pede para olharmos uns para os outros com mais do que desejos superficiais, mas com o profundo desejo de que todos tenham paz, saúde e o amparo do amor fraterno.
E é neste contexto que, infelizmente, muitos não sabem que o Natal é uma festa religiosa, um tempo sagrado que nos chama para refletir sobre a vida de Cristo. Ele, que nasceu em humildes circunstâncias, nos ensina que o maior presente que podemos dar uns aos outros é o amor genuíno, sem expectativas de retribuições. Ao invés de dar presentes para suprir um vazio, podemos buscar preencher o coração do outro com gestos de carinho, compreensão e acolhimento em todos os momentos.
O presente é o amor, e a celebração é a alegria de sermos humanos, com todas as nossas falhas e virtudes, mas com a possibilidade de nos transformarmos, com o exemplo de Jesus, em seres mais compassivos, mais atentos ao sofrimento alheio, mais dispostos a acolher a diferença.
Por isso, o que é Natal para você? Será que é uma época de correr atrás de presentes, de cumprir tradições vazias, ou será que é o momento de renovar a fé, de restaurar os laços de afeto e de lembrar do chamado à paz e ao amor que Jesus nos trouxe ao nascer?
O Natal, se for vivido de verdade, não nos deixa apegados ao efêmero, mas nos desperta para o que é eterno e divino.
Natal inclui presentes, comidas, árvores enfeitadas, viagens, mas não é só isso.
O Natal de tradições, de caixas cheias e corações vazios, me traz a melancolia do “nada” e a ausência da Verdade pregada por Jesus.
Eu não gosto desse “natal”.
Eu gosto do Natal de Jesus.
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